Introdução à Parapsicologia
HISTÓRICO
- Formas de conhecimento.
Pensar é uma condição humana que se processa pela intuição e pelo raciocínio.
Intuição: é
o conhecimento imediato de algo dado pelos nossos sentidos. A intuição
se processa pela condição lógica de dados armazenados no nosso
inconsciente, ou seja, agimos intuitivamente. Percebemos as coisas por
intuição porque já temos gravado em nossa memória informações que
finalizam naquele resultado como uma conseqüência lógica, ainda que de
maneira inconsciente.
Raciocínio: é
o encadeamento lógico do pensamento, do qual se tira conclusões
conscientes. O importante, no entanto, é saber que tanto um quanto outro
está inserido no conhecimento humano. Fazendo uma analogia, a intuição
seria a matéria prima e o raciocínio o produto acabado.
Diferentes como forma de conhecimento, têm o mesmo objetivo. Explicar a natureza e o homem.
Seria a teoria e a prática, ou seja, o "achar" que é e o "provar" que é.
2. Diferenças entre Intuição e Raciocínio.
Intuição
- É espontânea - se produz por si só. É uma comunicação direta entre o homem e o objeto, ou seja, com um só olhar ou um só ato, conseguimos captar esse objeto
- É sensível - aceita os resultados fornecidos pelos órgãos dos sentidos.
- É passiva ou não crítica - aceita sem verificar se é certo ou errado um juízo ou lei. Não critica. Apenas absorve.
- Não é metódica - não observa nem organiza seu conhecimento adquirido.
Raciocínio
- É um esforço voluntário onde a nossa vontade tem soberania. As conclusões são tiradas após analisada toda uma seqüência de razões.
- É ativo - agrega informações progredindo sempre através de conceitos. Utiliza a inteligência como recurso.
- É racional - trabalha em cima da lógica e só explica pela razão.
- É crítico - não aceita sem verificações. Está sempre reformulando suas teorias. Está sempre em evolução. Progressivo.
- É metódico - utiliza métodos de experimentação, observação e comprovação.
3. Mito
Na vida e
cultura dos povos, o mito sempre exerceu grande influxo como concepção
do universo e da vida. Os homens, desde seus primórdios, procuraram
explicar os fenômenos desconhecidos utilizando a imaginação e
personificando suas fantasias como se fossem a própria realidade.
À medida que o ser humano começa a descobrir certas
regularidades da natureza como o dia e a noite, as estações do ano e a
vida e a morte, começa a estabilizar sua vida facilitando a
sobrevivência.
Inicialmente, por não entender ou mesmo saber
explicar os fenômenos da natureza, atribui a eles uma sobrenaturalidade.
Surge um mito. Uma forma ingênua de explicação.
Dentro da sua primitividade não usa as bases
científicas para explicá-los e nem mesmo as leis da natureza. O mito é a
maneira mais próxima de seu conhecimento. Assim, ao invés de procurar
as causas verdadeiras, atribui o fenômeno à intervenção de forças
mágicas ou sobrenaturais. Daí surge a mitologia, como ramo da etnologia
comparada ou da história das religiões, estudando os mitos, seus
conteúdos, origem, influência e trajetória.
4. Os fenômenos explicados através dos tempos.
a) Mesopotâmia
A vida dos
mesopotâmicos era quase que totalmente subordinada à religião. E dentro
desse preceito, as práticas mágicas e divinatórias exerciam a grande
influência na tentativa de aproximar o visível (homem) do invisível
(divindade).
b) Pérsia
Na Pérsia, surgiu a
primeira personificação do diabo com Zoroastro. O que ele fez, foi
estabelecer uma hierarquia celeste demoníaca.
c) Egito
As pirâmides do
Egito são a prova insofismável da crença desse povo numa vida pós-morte.
O respeito pelas almas dos mortos era demonstrado pelos tributos
oferecidos em riquezas e garantia de bem estar na "outra vida".
Com certeza, o ápice do Ocultismo foi atingido dentro
dos templos egípcios onde o filho de Amon-Rá, o deus Sol, exercia total
poder sobre o Universo.
Apesar de adorarem inúmeras divindades, existia a
idéia, nos recônditos dos templos, de um único Deus. Já nesse tempo,
3.000 a . C., os fenômenos paranormais eram procurados e experimentados.
d) Grécia
Os gregos foram os primeiros a buscarem as desmistificações dos fenômenos, na tentativa de explicarem sob uma óptica natural.
Através de seus sábios e filósofos, principalmente os
habitantes de Mileto, cidade próspera que oferecia supremacia
econômica, social, política e financeira, onde a única preocupação era
da ordem especulativa, podia-se buscar a resposta para perguntas como:
"Qual é a origem do Universo?", "O que é a Natureza?".
A famosa Escola de Mileto, foi a grande precursora
dos estudos chamados quase experimentais e indutivos, ou seja, estudos
com a utilização do raciocínio. Assim, partia-se do concreto para o
abstrato.
Dessa forma, a teoria alma-corpo dá lugar à teoria
atômico-molecular onde os componentes básicos de todos os corpos estão
centrados nos elementos: água, terra, fogo e ar.
O famoso "Sistema de Ptolomeu" inserido num dos treze
livros que compõe o "Almagesto", considera a Terra como centro dos
movimentos do Sol, e a Lua e os planetas a origem dos epiciclos. Uma das
invenções mais estranhas do espírito humano.
Inspirado em Hiparco, outro pensador, consegue
algumas invenções estranhas e observações inteligentes que se
transformam em argumentos para astrólogos modernos, como ponte de
comunicação entre a Astronomia antiga e a moderna.
Hipócrates, chamado "Pai da Medicina", instituiu
obras e uma escola que constituem excepcionais momentos da história da
Medicina, projetando um facho de luz entre a obscuridade que separa duas
épocas e assinala o aparecimento da ciência médica racional há vinte e
quatro séculos passados. Ali, Hipócrates apontava, pela primeira vez,
causas naturais para as doenças do homem. Tampouco as doenças mentais
não seriam provocadas por espíritos alojados no homem, mas por
distúrbios de seu próprio cérebro.
Dentro do Ocultismo grego, ainda temos Pitágoras,
filósofo e matemático. Pitágoras pregava que os elementos dos números
fossem os elementos de todas as coisas. Essa teoria aplicada às notas
musicais proporcionou-lhe a descoberta dos intervalos harmônicos. Como
astrônomo afirmou que a Terra era redonda e suspensa no espaço girando
em torno de uma chama central, a que dava o nome de Iestia. Identificou
depois a estrela da tarde como a estrela Dalva. Foi o primeiro a
proclamar que o Sol, a Lua e os planetas giravam também em torno dessa
chama central e eram iluminados por luz refletida.
e) O Cristianismo
Doutrina baseada nos
ensinamentos de Jesus Cristo e difundida em todo o mundo por seus
apóstolos. Os cultos da Igreja Católica e do Ocidente originaram-se
dessa doutrina, a qual tomou vulto no final do Império Romano, sob a
proteção de Constantino que inseriu o símbolo cristão, a cruz, em sua
bandeira. Daí para frente, a Igreja firmou-se social e politicamente. A
partir de então, muitas seitas advieram dela.
A era messiânica surge na Idade Média como uma
transformação interna misteriosa. A vinda do Messias é reconhecida pelos
cristãos. Os árabes adotam o Monoteísmo e o Zoroatrismo é adotado pelos
persas, sedentos de eternidade e dogmas. Os judeus dispersam-se pelo
mundo sem reconhecer o "Messias".
Alterando o pensamento dialético dos gregos, o Cristianismo volta as interpretações para os fenômenos com base no misticismo.
A concepção cristã, através de Jesus Cristo e seus
apóstolos, é de milagres e curas, incluindo o fenômeno da ressurreição e
sua comunicação direta com os espíritos. Cristo, há quem diga, teria
sido um dos maiores paranormais que a humanidade já teve.
f) Idade Média.
A Idade Média
abrange um período de quase mil anos, desde o fim do século V até o
século XV. Deste longo período, as primeiras seis centúrias que vão do
fim do século V até fins do século XI, chamam-se, geralmente, "Idade das
Trevas" ou "época da superstição e da ignorância", devido à falta geral
de conhecimento e de cultura.
Com o movimento Renascentista as explicações míticas
caem por terra novamente. A Inquisição surge como forma violenta de
combater o Ocultismo, onde a Igreja Católica queima indistintamente,
bruxos, sábios e inocentes. Parecia ser o fim da Magia Negra.
Contudo, por influência grega, a Física e a Química
saem dos velhos esconderijos de alquimia para ocuparem seu verdadeiro
lugar como estudos científicos dentro das universidades.
- Ciências Ocultas.
- A influência das Ciências Ocultas na religião.
As Ciências
Ocultas sempre exerceram forte influência nas religiões de todo o mundo.
Privilégio das castas sacerdotais ou dos reis - principalmente na Idade
Média - era preciso uma iniciação rigorosa para que se pudesse penetrar
em seus mistérios. Os testes eram severos onde a integridade física,
moral e psíquica eram a base da aceitação no meio.
Entre as Ciências Ocultas, destacamos algumas das quais tentaremos apresentar definições, comparações e contrastes.
a) Alquimia - (do árabe: al - kimia).
Poderíamos chamá-la de Química da Idade Média. A Alquimia era a arte
que procurava descobrir remédios contra todos os males físicos e
mentais, remédio esse chamado de panacéia ou elixir da imortalidade. Outra preocupação da Alquimia era encontrar a pedra filosofal, que transformaria qualquer metal em ouro pressupondo que o mundo material tivesse por base um único princípio.
No Egito, a Alquimia era exercida pelos sacerdotes.
Enquanto no Egito a Alquimia era de cunho mitológico, na Grécia era de
cunho filosófico.
A Alquimia, envolvida em erros, foi perseguida em Roma. No entanto, os árabes a protegeram oficialmente.
O longo período representado pela Alquimia deu origem à Química moderna.
b) Astrologia
- Tendo origem na Caldéia e difundindo-se pelo Egito e Europa
Ocidental, a Astrologia era a suposta arte de prever o futuro através
dos astros. A suposição era de que os acontecimentos, que só dependiam
da vontade humana, fossem dirigidos pela influência dos astros.
Figuras célebres de todos os tempos se ocuparam da
Astrologia como forma de explicar os fenômenos da natureza; Tácito,
Galileu, São Tomaz de Aquino, Kepler e muitos outros.
A importância de um astrólogo na época era tal, que os soberanos se preocupavam em ter em sua corte o seu próprio astrólogo.
Aos povos da Mesopotâmia devemos a criação de seis dos signos do zodíaco - Peixes, Balança, Leão, Câncer, Gêmeos e Touro.
Os pontos fortes de apoio das escolas astrológicas se
baseiam nas influências da Lua, por exemplo, sobre as marés, a podagem e
desenvolvimento das plantas - no caso das fases da Lua - e o efeito que
a visão lunar causa em determinadas pessoas.
O zodíaco, composto por doze signos, teria um para reger cada parte do corpo humano.
Zodíaco significa zona celeste, paralela à eclíptica,
e que contém as doze constelações que o Sol parece percorrer no espaço
de um ano. É uma região do espaço celeste que o Sol, a Lua e os
principais planetas atravessam. É uma das bases da Astrologia. Os
astrólogos da antigüidade dividiam o zodíaco em doze zonas,
correspondendo cada uma a um signo referente a uma constelação: Libra,
Virgem, Leão, Câncer, Gêmeos, Touro, Peixes, Aquário, Capricórnio,
Sagitário e Escorpião.
Cada signo rege uma parte do corpo humano exercendo
influência sobre ela de acordo com a data de nascimento de cada ser
humano. Os dias da semana também seriam regidos pelos signos além de
presidirem uma cor e um metal específico a cada um.
Não seria errado dizer que a Astrologia é a Metafísica da Astronomia.
c) Necromancia
- era muito usada na Antigüidade, principalmente entre os gregos. É a
arte de invocar os mortos para obter deles conhecimentos do futuro.
A Necromancia foi utilizada pelos magos, que através
de cerimônias ritualísticas, evocavam os mortos para conseguir deles o
apoio cultural e científico.
Já os feiticeiros tinham outro interesse. Invocavam os mortos para auxiliá-los em sortilégios e malefícios.
E os religiosos sempre buscavam através dos mortos as ligações entre o criador e as criaturas.
d) Brizomancia ou Oniromancia - arte de adivinhar através dos sonhos. Entre os povos antigos, os sonhos eram considerados um dom divino.
Na verdade, dentre as ciências ocultas, esta é a que mais se difundiu entre os povos.
A Bíblia mostra muitas passagens onde os sonhos
apareciam como forma de profetizar o futuro, como a história de José do
Egito, por exemplo.
Atualmente, ocultistas e parapsicólogos admitem os
sonhos como uma forma de comunicação, porém, não como uma visualização
profética.
Suas interpretações, são explicadas hoje, pelos
psicólogos e psicanalistas como resultados de traumas, ansiedades,
desejos ou outros problemas e emoções descarregados durante o sono.
e) Quiromancia
- Sistema de pretensa adivinhação pelo exame das linhas da palma da
mão. A antigüidade não acreditou nesta arte, que foi também praticada
pelos boêmios da Idade Média. Artemiro, de Éfeso, escreveu um tratado
sobre o assunto, o qual se perdeu no tempo ficando apenas uma vaga
notícia.
Mesmo assim, a Quiromancia era admitida por homens
importantes. De acordo com os quiromantes, as linhas da vida, que nada
mais são que marcas desenhadas pelas contrações dos músculos no côncavo
das mãos, exercem influências na vida da pessoa, marcando o passado, o
presente e o futuro.
f) Idade Moderna
- Após esse breve histórico e dessas explicações míticas das Ciências
Ocultas na Antigüidade, busquemos as explicações científicas de tais
fenômenos na Idade Moderna.
Os fenômenos
paranormais sempre se processaram de uma forma ou de outra. Analisar
essa ou aquela religião é sempre concluir, de alguma forma, a iniciação e
o desenvolvimento de poderes paranormais.
A convicção dos fiéis em relação aos seus iniciados
chega ao ponto de descrerem desses poderes junto aos iniciados de outras
religiões ou credos.
No entanto, ir contra tal assertiva, é ir contra o
próprio credo, pois tais fenômenos se processam independentemente da
seita ou credo.
O fato é que tanto no Confucionismo, no Budismo, no
Xintoísmo, no Taoísmo, Hinduísmo, Islamismo, Judaísmo, Espiritismo ou
mesmo nas religiões cristãs cujas bases estão na Bíblia, os fenômenos
existem tendo apenas nomenclaturas e explicações diferentes.
Por: Omar Carline Bueno - Psicanálise da Sensitividade
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